domingo, 27 de outubro de 2013

"Era inspirador ir para a escola com professores que não estavam ali apenas por obrigação"

"Eu estudei no Objetivo, em Mauá, e justamente por lá ter essa ideia de "aula show", acabávamos nos tornando muito amigos dos professores. Mas um deles marcou mais: professor Clides, de história. Ele era muito engraçado. Nas aulas ele desenhava um boneco que tinha inventado, o Pelegri, que era chamado sempre que alguma coisa importante era dita e ninguém fazia uma pergunta. O Pelegri fazia, então, as perguntas que os alunos não faziam. No 2° ano, nós resolvemos dar um presente de Natal para todos os professores e costuramos um Pelegri de verdade para ele. Nesse mesmo ano eu o convidei para dançar tango comigo em um festival da escola. Nós ensaiamos por quatro ou cinco meses. Ele já tinha 58 anos; foi uma superação. No 3° ano o professor Clides foi meu padrinho de formatura.
Não só o professor Clides, mas todos que me deram aula no ensino médio inspiravam muito a gente e nos davam confiança porque essa é uma época do colégio muito complicada. Eu sempre tive muita certeza que queria fazer jornalismo, mas meus professores deixavam as coisas mais leves, nos faziam entender que podíamos errar. É inspirador ir para a escola dessa forma, com professores que não estavam ali apenas por obrigação. Eu também queria fazer algo que não fosse apenas obrigação, mas sim por prazer, como eles faziam."

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